Vamos falar de lesbofobia? Lesbofobia é a ação de discriminar uma mulher por ser lésbica. Esta pode ocorrer em vários níveis e em muitos casos a agressora/agressor justifica sua ação como não tendo relação nenhuma com o fato da vítima ser lésbica. Muitas pessoas não querer associar sua própria imagem à convivência com mulheres lésbicas, em especial às lésbicas que fogem do padrão estético e comportamental socialmente esperado das mulheres: a feminilidade (heteras que fogem à esse padrão também são atacadas, porém, essa violência se insere em outra rede de significados). Violências verbais no ambiente de trabalho: falar de forma agressiva, arrogante e desrespeitosa com lésbicas sobre assuntos do trabalho, é um exemplo. Agressoras/es muitas vezes tem uma imagem distorcida que a lésbica “quer ser homem” e por isso deveria aguentar tratamento agressivo; ou então a pessoa que agride tem raiva (ódio velado, discriminação) e então passa a estabelecer comportamento agressivo com a mulher lésbica; descompromisso no trabalho: sobrecarregar, deixar na mão ou não cumprir compromissos de trabalho com mulheres lésbicas. Agressoras/es interpretam mulheres lésbicas como aversivas ou mesmo inferiores e então estabelecem comportamentos irresponsáveis com elas. Em muitos casos essas pessoas que agridem mudam automaticamente de comportamento com mulheres mais feminilizadas, interpretando-as como possíveis agregadoras de reconhecimento social à sua própria imagem. Mais violências lesbofóbicas ocorrem com frequência: violência sexual na família, por ser lésbica; violência em consultórios médicos, como por exemplo, ginecologistas; discriminação em entrevistas de emprego; agressões verbais e discriminação em banheiros coletivos; abandono afetivo em círculos de amizades. A lista é longa.
Daniela Alvares Beskow
08 de maio de 2019
Leia esse texto curto também no Instagram