Florianópolis, 28 de julho de 2008. Vejo traços de rosa no céu. Rosa-salmão.

Vejo traços de rosa no céu. Rosa-salmão. Com o forte vento, as nuvens são carregadas, blocos grandes se deslocam, outras nuvens são espalhadas. O céu se transforma rapidamente. Montanhas com suas nuvens algodão-doce. Lembram fumaça de lareira, fogão de lenha, só que gigantes. Duas montanhas lado a lado formam uma cavidade entre elas. O sol se põe nela. Parece uma fogueira, um fogo morrendo dentro da cavidade. As nuvens são a fumaça produzida pelo apagão.

Onde o sol se pôs está todo rosado salmão. Até parece o reflexo aquático de um peixe-salmão que nada pelas redondezas. O céu, o azul, o mar. O mar, frio. As montanhas são morros. Pequena montanha que de longe, é nobre em toda sua composição: montanha, nuvem. Se apoiando nela, céu. A montanha sustenta a nuvem. A nuvem é uma massa. Dois wind-surfers  vão de um lado para o outro na minha frente. Estou parcialmente me protegendo do frio na encosta de uma duna. A luz do único poste que enxergo nessa parte da praia, começa a se destacar. Ela está perto de mim. O barulho do mar é silêncio.

Daniela Alvares Beskow

Florianópolis, 28 de julho de 2008.