Resumo: Falhas nas metodologias de pesquisa estatística sobre mulheres lésbicas no Brasil: revisão, análise e propostas de melhoria

Resumo do trabalho

FALHAS NAS METODOLOGIAS DE PESQUISA ESTATÍSTICA SOBRE MULHERES LÉSBICAS NO BRASIL: REVISÃO, ANÁLISE E PROPOSTAS DE MELHORIA

Trabalho apresentado na modalidade remota no V Encontro Nacional do GT de Estudos de Gênero ANPUH/BRASIL, realizado em Montes Claros-MG em novembro de 2022.

Daniela Alvares Beskow

Resumo: O presente artigo é marcado pela valorização de dados sobre as mulheres lésbicas brasileiras, grupo populacional historicamente esquecido pelas pesquisas estatísticas e políticas públicas e
tendo como um dos patrocinadores desta realidade, o próprio Estado. Sujeitas de direitos, as mulheres lésbicas vem sendo porém, negligenciadas em suas várias realidades. As reflexões aqui desenvolvidas resultam da necessidade de levantamento de dados fidedignos sobre a população lésbica no Brasil e para
tal, parte da revisão de pesquisas estatísticas sobre a população lésbica publicadas recentemente no Brasil e que tenham como foco a produção de dados a nível nacional, abordando tanto estimativas da quantidade de mulheres lésbicas existentes atualmente no Brasil quanto informações mais detalhadas sobre o perfil das mulheres lésbicas no Brasil atual. As pesquisas foram escolhidas em função de quatro
critérios: terem sido produzidas tanto pelo poder público como por movimentos sociais/organizações; terem sido publicadas integral ou parcialmente no ano de 2022; a coleta de dados ter sido realizada a nível nacional; a metodologia de coleta de dados ser de dois tipos, 1) amostra final definida previamente a partir de ferramentas estatísticas e sendo acessada a partir do contato presencial da pesquisa com as pessoas respondentes e 2) amostra ter sido definida apenas como uma meta inicial e modificada de
acordo com o andamento da pesquisa e sendo acessada a partir do interesse e contato remoto das pessoas respondentes com a pesquisa. São três pesquisas analisadas neste artigo: Pesquisa Nacional de
Saúde, coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019 e publicada parcialmente em 2022; I Lesbocenso: Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil, coordenada pela Liga Brasileira de Lésbicas (LBL) e Associação Lésbica Feminista de Brasília – Coturno de Vênus, realizada em 2021 e 2022 e publicada parcialmente em 2022; Pesquisa Nacional por Amostra da População LGBTIA+, coordenado pela Organização Não-Governamental Todxs (Todes), realizada em 2019 e publicada entre 2020 e 2022. São apontadas falhas nas metodologias de coleta de dados destas pesquisas e propostas melhorias e modelos metodológicos mais eficazes que gerem números confiáveis sobre a população em questão. Tais melhorias são pensadas enquanto um desenvolvimento das pesquisas já publicadas, entendidas em sua importância enquanto impulsionadoras na construção do pensamento estatístico sobre mulheres lésbicas brasileiras e enquanto ações de visibilização ao tema. Desta forma e partir deste desdobramento coletivo, políticas públicas consistentes podem ser pensadas, propostas e aplicadas, proporcionando a solução de problemas, assim como maior conscientização sobre o tema na sociedade.

Palavras-chave: Mulheres lésbicas brasileiras; Pesquisas estatísticas; Métodos
de coleta de dados

Acesse o Caderno de Resumos do V ENTEG e confira as páginas 120-121