Mulheres lésbicas que não seguem as expectativas da feminilidade são alvo intermitente de pessoas que se sentem no direito de desrespeitar, se autofirmando através da violência e da provável autoestima deficitária. Mulheres lésbicas que resistem aos padrões de femilidade são feitas de bode expiatório constantemente. É socialmente autorizado que se isole-as socialmente, desumanizando-as, pouco questionando quando se cometem violências contra elas, mas, imediatamente classificando-as como agressivas e chamadas a atenção caso rejam à esta violência.
Com frequência tem que reagir sozinhas, pois, muitos ao redor reforçam o apagamento através da não ajuda.
A sociedade quer negar a existência de mulheres que fogem as regras da feminilidade e quando se dá conta de que não será possível, com raiva tenta empurrá-las para o silenciamento, como se fossem fantasmas, não-pessoas, não existentes.
Isolamento desunamiza.
A sociedade lesbofóbica não reconhece a qualidade humana em mulheres que resistem aos papéis e padrões sexuais de gênero. Se não podem aniquilar, utilizam a tática de fingir que não existem.
A estratégia da violência é composta de táticas que funcionam a partir da relação entre vários pilares. Pessoas implementam a tática do isolamento social, pois, sabem que não serão chamadas a atenção por isso, pois estão amparadas por outros pilares que reforçam o comportamento desunamizador.
Já o contato, humaniza. A conversa, a pergunta, o interesse, o elogio mútuo, a demonstração de afeto ou gentileza, ajuda mútua, parceria, companheirismo. O compartilhamento de alegria coletiva. A possibilidade de rir, confiar, confortar. Relação, humanização, contato diário que reconhece coletivamente a existência de mulheres.
É desse mundo que precisamos. É nesse mundo que eu acredito.
Reflexão de hoje,
Daniela Alvares Beskow
15 de março de 2022
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