10 pilares do governo Bolsonaro

O governo Bolsonaro se apoia em 10 pilares:


1. Apoio popular difuso.
– Espontâneo e reativo, o apoio popular à Bolsonaro não provém de ações organizadas coletivamente. Suas ideias ganharam apoio a partir de líderes e formadores de opiniões via internet, encontros presenciais (palestras e cursos) e movimentos que ganharam força em manifestações de rua (como o MBL). Ao contrário da esquerda que tradicionalmente se organiza a partir de ” trabalho de formiguinha” (ainda que com líderes): sindicatos e movimentos sociais.
>>Bases com tais características em geral reagem à mercê de notícias bombásticas e tão logo surgem novos líderes, trocam um pelo outro. A característica é a instabilidade.


2. Equipe e apoiadores políticos movidos por interesses próprios e escolhidos a partir de planejamento raso, gerando falta de coesão.
– Governadores que se elegeram em função de associarem-se de última hora ao PSL; integrantes da equipe que falam por si só; entre outros. Nos meses de composição da equipe, diversas medidas foram anunciadas e depois desconfirmadas, demonstrando a bagunça interna.
>> Grandes chances de a estrutura interna se colapsar de tempos em tempos, gerando substituição de nomes e caos nas decisões do governo. Quem paga é a população.


3. Partido pequeno e com pouca experiência de gestão.
– como chegou ao poder sem bases sólidas, terá dificuldade na governabilidade.


4. Discurso político estruturado em notícias falsas e argumentos que não condizem com a realidade.
– “Brasil é socialista”; “Kit gay”; “Ideologia de genero”.
>> argumentos frágeis que tendem em algum momento a colapsar a estrutura que geraram


5. Discurso religioso cristão que prioriza a família heteronormativa.
– além de inconstitucional, pois o Estado é laico, não reconhece o direito à vida de parte da população, que inclui o reconhecimento social de seu status afetivo.
>> tende a aumentar a violência contra a população LGBT e contra as religiões não-cristãs.


6. Propaga ideias racistas, machistas, homofóbicas e que reforçam a desigualdade econômica do país, tendo correspondente reforço de pessoas, grupos e práticas com tais características.>> a vida piora como um todo para a maioria da população.


7. Discurso privatista e de diminuição do corpo estatal.
– Sem avaliar os prós e contras e caso a caso, começa cortando ministérios chave para o país e propondo autofiscalização sanitária para indústrias grandes, como a industria da carne, das bebidas e fertilizantes.
>> ao invés de realizar medidas de reestruturação a partir da base, corta de repente elementos de coordenação sem haver de antemão um processo organizativo que os substituam através de adaptação gradual. Virão danos resultantes da falta de planejamento.


8. Discurso contra a corrupção que não condiz com o histórico de suas práticas e práticas da equipe.
– Um exemplo é caso Queiroz, em andamento


9. Recusa ao confronto de ideias e ataque a liberdade de imprensa, ao contrário do que anunciou em campanha. Prioriza veículos que o apoiam politicamente, cometendo ilegalidades, como no caso das entrevistas exclusivas que forneceu durante a campanha e no episódio envolvendo jornalistas, durante a posse.


10. Relações internacionais: aproximação com países que se localizam em espectro ideológico semelhante, não priorizando parceiros comerciais consolidados.
>> durante os meses de composição da equipe já gerou diversos transtornos no nível internacional. A adesão de representantes de outros países na posse foi a mais baixa da história, apenas 48 compareceram.
Grande parte dos itens acima são transmitidos através de discurso de ódio, que incita a eliminação da oposição.

02/02/2019
Daniela Alvares Beskow

Revisado 22/02/2019